Museu da Ci�ncia - Universidade de Coimbra

BANHOS JUDAICOS DE PURIFICAÇÃO I proposta de descodificação do Mikveh da Judiaria Velha de Coimbra

por Berta Duarte (Câmara Municipal de Coimbra)

Os vestígios materiais que atestam a presença de Judeus no território urbano são muito escassos. A descoberta, no final de 2013, de uma estrutura conservada de Banhos Rituais de Purificação, ou Mikveh, revelou-se, por isso, de extraordinária importância para o conhecimento do legado hebraico, pela materialidade, raridade, estado de conservação e perspetivas de localização da Sinagoga.

A estrutura urbanística da Judiaria só está documentada tardiamente, a partir de 1395, no Livro do Almoxarifado, numa altura em que o bairro já tinha sido abandonado e muitos dos seus edifícios se encontravam incendiados e destruídos pelos exércitos castelhanos de D. Henrique II, em 1372.

Ao longo da Idade Média, comunidades judaicas foram-se estabelecendo em várias localidades portuguesas, dentro dos perímetros muralhados, usufruindo de condições de segurança idênticas à restante população. Não foi esse o caso de Coimbra. Aqui, os Judeus criaram um bairro no exterior da muralha, onde a comunidade se encontrava já organizada numa Judiaria, pelo menos na 1ª metade do século XII. Essa realidade encontra-se documentada em 1139, na carta de demarcação da paróquia de S. João de Santa Cruz, mas essa presença deve ser bastante anterior, pois outras abonações documentais atestam presenças mais antigas na proximidade do núcleo urbano, remontando ao séc. X. A Judiaria dispunha de Sinagoga, Almocávar, carniçaria e albergaria para apoio a doentes e necessitados.

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Horário: 17H00
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