Peixe-Papagaio-Azul-Brasileiro
O Peixe-Papagaio-Azul-Brasileiro é uma espécie endémica do Brasil e é o maior peixe herbívoro que existe nos recifes de coral do Atlântico Sul. Esta espécie encontra-se em vias de extinção, com o estatuto de Ameaçado (EN) segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o seu declínio é resultado da pesca comercial, que levou quase à extinção dos peixes carnívoros e que agora provocaram uma diminuição em 50% desta espécie a nível global. A espécie Scarus trispinosus Valenciennes, 1840 não é apenas um dos maiores peixes-papagaio do mundo, podendo atingir um comprimento total de 86 cm, mas, também, é um dos que tem uma maior longevidade, chegando aos 20 anos.
Este espécime faz parte de um lote de 68 peixes conservados a seco, preparados em herbário, segundo a técnica desenvolvida pelo holandês Gronovius (1686-1762) no séc. XVIII publicada na revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society, em 1742. Esta técnica permitia a conservação parcial do peixe que era eviscerado, seco e prensado sobre uma folha de cartão, eliminando a sua coluna vertebral. Em caso de viagem este método oferecia uma redução substancial da espessura dos espécimes, o que simplificava o seu transporte e permitia organizar um maior número de exemplares. A técnica foi abandonada no séc. XIX pois não preservava a totalidade do animal, o que dificultava a identificação de certas características taxonómicas. Redescobertos no Museu da Ciência em 2010, a maioria dos exemplares encontrados foram alvo de acabamentos únicos na coleção de Coimbra entre os quais se salientam: olho folheado a ouro, inserção do espécime em cartão com filetes e pintura no bordo, nome científico seguindo a taxonomia de Lineu, nomes comuns em português e língua indígena do Brasil. Em Portugal para além desta, encontra-se uma outra coleção semelhante na Academia das Ciências de Lisboa.
Nome científico: Scarus trispinosus Valenciennes, 1840
Número de inventário: ZOO.0000055